DECIFRA-NOS OU IGNORA-NOS.
Poetizas, escritoras, contistas - gente que sofre!
É, somos os que mais sofrem, com esses personagens ingratos que se rebelam contra nós, com estas histórias que têm vida própria, com essas palavras que parecem poucas para descrever aquela cena, somos os que mais sofrem, com a ignorância das pessoas "Ah, mas escritora? Isso não dá futuro"; ou pior ainda quando dizem sem pensar "Você que escreveu isso? Duvido, já vi algo parecido pelo celular".
Ô dor tão plena.
Quando a saudade se torna pequena em meio ao turbilhão de sentimentos misturados, que abafam, que reviram o estômago e fazem uma festa lá dentro da barriga, vão subindo até o pescoço, nos esganam... Ô danados.
Somos os que mais sofremos, pois somos loucos incompreendidos, somos detalhistas demais, somos poéticos demais, somos dramáticos e horríveis, somos donos de letras, somos mães de palavras, mas jamais entendem isso, acham que escrever uma história é como escrever uma carta.
Ô vidinha ingrata.
Só que, somente quem é escritor entende que:
É a complexidade diária
Que nos engravida
Nos faz ter fortes contrações na alma.
E sempre que a bolsa
Se rompe,
Tudo se rasga com o grito de descobrimento.
Mas somente deste jeito,
Que podemos ser mães de palavras.
E agora vocês sabem, que escrever é ter alma, que escrever é arte, que escrever é vida e que quem escreve, nunca realmente parte.