Ironia?
Eu estou te ouvindo bem, mas fala mais perto da minha boca, quero sentir o sabor das tuas vogais e consoantes também, vai que me consola...
Vai que desta forma, posso dormir sem medo de não ter sentido teu hálito acariciar a minha testa.
Vai, que sem demora, eu volto a fantasiar novamente, uma noite toda em claro, e você permanece ao meu lado sempre, e invade meus sonhos, meus versos, e parece-me ser a inspiração que motivou todos os poetas do mundo a escreverem desventuras de amor.
Te encontro em um beijo que não existe, e você permanece aqui quando nunca esteve realmente, está aqui em minha dor - e a cada miserável e interminável instante: Nas janelas, espelhos e até nas nuvens.
Como que isso funciona? Você vai e permanece? Me olha e adivinha o que penso? Que tipo de charlatão é você? Arranje mais o que fazer.
Pô, vê se larga do meu pé, que eu já me desencantei, mas você, insiste em me seguir sempre, é, invade tudo que há em mim.
Vê se cria vergonha, ou crie árvores de lenço de papel, tu é que deves; derramas um mar de lágrimas pela minha indiferença...
Ironia? Acho que não.