O dia brinca de ir sozinho
Mesmo sabendo que as horas o acompanham,
Que os minutos são vistos mais de perto
E os segundos não se dispersam por certo.
O dia vai bem, também,
Bem acompanhado,
Às vezes um pouco angustiado,
Às vezes meio blues,
Outras uma aquarela em tons azuis.
O dia brinca de ir e vir,
Brinca de esconder-se,
Quando sol,
Por trás dos prédios,
Quando lua,
Por trás das nuvens.
O dia também brinca de se enamorar
Toda vez que pensa em mudar de cor
E pede a lua que transpasse o sol,
Sempre no mesmo horário,
Nem sempre no mesmo humor.
Dependendo do lugar podes ver o alaranjado,
Uma momento particular
Para se sentir os últimos raios de claridade no rosto
Sem perder o frio no corpo dos ventos noturnos.
O dia também parece me deixar quando durmo,
Mas sabemos que quem o deixa sou eu
Quando o cansaço me enxarca de pensamentos turvos.
Eu bem que podia fazer alguma ação,
Ser mais ativo, o dia já faz muito,
Tomarei a vez.
Começo apelidando-te de dia
Só para dizer que sempre vou bem em tua companhia.