Não há motivos para serem ditas palavras,
Palavras que ouvidas nunca serão.
Não ouvidas pelas pessoas que eu queria
Que me ouvissem de verdade um dia.
Já que é difícil em mim prestar uma insignificante atenção.
Já tentei confiar nas pessoas,
Conversar com elas sobre meus pensamentos,
Contar meus segredos a alguém.
Mas é demasiado difícil fazê-lo quando não se tem ninguém
Para falar de seus ressentimentos.
A única coisa ponderada a se fazer
É permanecer em silêncio,
Sem dizer nada a ninguém,
Sem sorrir para alguém,
Permanecendo nesse lugar enegrecido e imenso.
O silêncio se tornou meu refúgio.
Meu único consolo é a solidão
E as lágrimas que persistem em soltas rolarem,
Deformando meu olhar
Que mostra o vazio que há em meu coração.
Em silêncio eu permaneço,
Calada, sofrendo quieta as minhas dores.
As dores de se estar sozinha,
Tendo como companheira a escuridão que há em mim.
Mas tudo isso em instantes acabará, meus amores.
Nesse injusto mundo,
Tão pouco pretendo permanecer.
Procuro insanamente pela morte,
Pela sua foice ensanguentada pelo corte
Que acabará de vez com o meu viver.
As pessoas lhe julgam injustamente
Sem ao menos saber
O que está acontecendo em sua vida,
O porquê de ela estar tão sofrida,
E para que almeja tanto morrer.
É por isso que me refugio no silêncio!
Pois ele é o único que me entende de verdade,
É o que conhece minhas dores mais do que a mim,
É o único que estará ao meu lado quando chegar o fim.
É o único que de minha presença sentirá saudade.