Através dessas cortinas,
pode-se presenciar o amor atemporal.
Carne flácida junta de olhos enevoados,
lábios finos juntos de palavras antigas,
poesia encontra seu lar nos corações prontos
para amar, desse casal espirituoso.
Adormecem na noite abafada, é um dia como
qualquer outro. E eles, como anjos, veem
seu amor a dançar junto de Morfeu.
O deus sorri ao dar graças a sua união.
Um dia, suas palavras contarão histórias,
e escreverão novelas nos prados cheios
de jovens. Observem só esses atos soturnos,
essas lágrimas advindas da esperança.
Se eu pedisse, amor, que comigo ficasse,
você ficaria?
Se eu pedisse, amor, que o mundo acabasse,
ao meu lado você estaria?
Essa pergunta é tão singela, esse ósculo
tão cheio de ternura, essas mãos feitas
de carinho, afeto e expectativa, podem
esperar? Ainda há algo a ser feito.
Se eu dissesse, amor, que a amo,
você acreditaria?
Se eu dissesse, amor, que esperei,
e para amar não há espera, acredita?
Atrás dessa porta,
jaz o afeto imortal.
Para qualquer um pense que amor é imoral,
então nunca soube de verdade o que é ter esperança
de um dia recomeçar.
Viemos a esse mundo sozinhos,
mas não precisamos deixa-lo sem companhia.