Olha, moço,
Se for pra ser sincera
Tive um probleminha para entender o que falaste
Nunca fui boa em matemática na escola, confesso,
Mas se passasses o que sente por conteúdo,
Tentarei o mesmo, desculpe se o deixar um pouco confuso.
Talvez eu venha a ser lerda,
Não acho outra palavra que mais se adéqua,
Mas digamos por um segundo que sou um ribossomo,
Dependendo completamente do RNA mensageiro,
Se ele não me decodifica a ordem,
Para uma possível síntese proteica,
Fico meio perdida, talvez não entenda
Ou talvez ria para fingir entendimento
Ou, finalmente, para evitar um maior constrangimento.
A questão sendo:
Que assim como o ribossomo,
Dependendo do mensageiro e do transportador
Eu, sem tua ênfase, a nada iria.
Portanto, para evitar maior embaraçamento,
Concluo que se fores um ponto,
Esperando um sinal,
Para que trassemo-nos uma reta,
Sou o ciclo de Krebs,
Um amontoado de reações,
Pronta para tornar toda respiração aeróbica completa,
Transformar os produtos intermediários em energia final,
Só dependendo da tua reação inicial.
Agora, após teu pequeno empurrão,
Seremos uma reta perante tua visão,
Um ciclo aeróbico pela minha.
E se estiveres a entender o que digo,
Perceberás que o que implico
É que como a respiração
Alimenta o corpo de energia química,
Provinda da quebra de moléculas,
Podemos completarmo-nos pela união,
Incitando aconchego
Na imensidão que é perder-se em alguém
Com toda razão.