Me afogo em teu ser
Eu lembro de você
Eu não esqueço o que você me fez
Agora sou dependente de você
Eu era horrível com todos
E tudo, ódio era o que eu tinha
Não havia mais nada, apenas pontas
De emoções
Mas sufocado pelas minhas razões
E quando você perguntou o por que
Eu lembro que você começou a debater
Eu logo ameacei, com minha raiva
Enquanto a maioria recuava e deixava quieto
Você teve a coragem
E ainda provocava mais
Enquanto eu esbravejava
Minhas lágrimas rolavam
Você falava, provocava
Eu me irava mais
Mas isso não parou você
Você continuou até que você achou
Por trás de toda aquela frieza
E todo o desespero
Você encontrou
Como um garotinho assustado
Todo amedrontado
E acorrentado
Chorando sem parar
Você deu o jeito de me abraçar com suas palavras
Agora vivo tranquilo, mas
Tudo quer voltar, o parasita
Ele me provoca e diz mentiras sobre você
Ou são verdades que não quero crer?
Ele cria as ilusões
E sozinho eu não consigo lutar
Eu fico nervoso e ele se alimenta disto
Da tristeza e sussurra devagar tudo aquilo que já sei
E ele quer retornar
Ele quer a lua de ódio
Para poder retornar
Ele quer tudo tomar o meu lugar
Me perdoe por ser tão dependente
Mas lembra no filme do Hulk
Que no final ele só precisava que a Bety
O abraçasse
Então
Assim eu preciso de você
Aquela calma constante
Eterno calmante
Fico dopado
Talvez como um leão indomado
Que fica amansado com uma flor
Não sei se tal metáfora existe de verdade
Mas aqui, você domou meu ser
E fico tão maravilhado
Que parece que estou sempre falando a primeira vez com você
E fico aconchegado
E vou me afogando
Nesta imensidão e calmaria
Que é o teu ser
Eliézer Viajante do Tempo