Acordo com a saliva grudada ao travesseiro, são sete da manhã, estou atrasado
Levanto-me às pressas, olho a bagunça no quarto, desemborco a sandália, tomo café,
Procuro algo para mastigar, encontro uma última bolacha e um chiclete pela casa.
Minha bolsa? Jogada ao chão, saio do apartamento com o cabelo ainda molhado
Chove lá fora, abro o guarda-chuva ainda dentro do prédio. “Um temporal!”, murmuro,
Corro sem prestar muita atenção na rua, um gato preto corta meu itinerário,
Tão trocando o letreiro do metrô, corto caminho sob a escada dos operários.
Chego ao parque central, dez minutos até tua moradia, faço contas pelo relógio,
“Não demora tanto, chego a tempo”, diminuo o passo, dou atenção à chuva,
Os pingos parecem mais belos se vistos com calma, pena não me demorar.
Chego às oito horas em tua casa, três batidas para avisar que cheguei,
Abraço-te e sinto teu aroma que me fez falta durante toda a semana,
Vejo teu belo riso... FIAPOS E UM COPO DE LEITE EM MÃOS!? NÃO!!!