Do fúnebre corpo que se desprende,
Da matéria que se desintegra nas presas de seus consumidores,
Da morte que avança em cadeia
Como a cadeia que acompanha a morte.
Os restos em putrefação aparente,
O sangue que jorra de gargantas,
As gargantas que se arranham sufocadas,
A massa inerte, inevitável,
A alvorada dos sóis, o brando de heróis
Ensanguentados de suas vítimas,
Vítimas da existência.
Pura, simples,
Hipócrita e eterna concorrência,
Matar da própria espécie
Para saciar a de tronos e reis vorazes
Que eliminando dia a dia,
Encaminhados pelo destino,
Denominam evolução
Quando mais parecem sádicos
Embriagados pela ilusão de poder
Pelo qual todos, inevitavelmente, hão de morrer.