Às vezes, por poucas vezes,
As rimas, encontram-se não no papel,
Mas subentendida entre dois olhares
E nas entrelinhas que o silêncio sobrepõe,
O beijo enumera no vazio,
Aquilo que as palavras não puderam transcrever,
Descrever ou ver.
Talvez as mais belas poesias
Não pudessem ser escritas,
Apenas inspiradas por quem transforma em dialetos,
O prazer que o sentir e resistir
Dentre as línguas e dentes
Não transpassa em som afora.
Internalizando tudo que os seres,
Em contato e eternização do momento, são,
A ternura do contato,
Do disfarce
E da melodia transcrita
Nas involuntárias micro expressões,
A poesia é deixada nas entrelinhas
Para apreciar, ao menos uma vez,
O que sempre foi posta a descrever.