Nota dois: Não dormir muito.
Não existiam folgas para o Sr. Morpavão, ele trabalhava todo dia, verificava se cheques eram falsos ou não todo dia, derrubava café na mesa todo dia, lavava e limpava a sua caneca todo dia, sacudia suas orelhas todo dia, mas não dormia nenhuma noite. O velho passava a semana inteira com olheiras chatas e puxadas para baixo, eram muito feias. Em seu escritório frio e pequeno, sem janelas e com uma porta, o Morpavão constantemente via mãos penduradas em braços negros e magros saindo pelas quatro paredes, era medonho e acontecia todo dia em horário de meia noite. No centésimo aniversario do velho, foram pendurados balões no teto e colocadas nove mesas por todo o andar do prédio que ele trabalhava, foi uma festança, porém Morpavão não pode se levantar da cadeira do seu escritório, com essa idade o velho estava muito fraco, mal conseguia se mexer, porém ele estava muito feliz com o celebrar. Foi no fim da festa, em horário de meia noite, que as mãos e os braços negros começaram a sair das paredes, o Sr. Morpavão estava cansado devido à longa festa, ele fechou os olhos e o escuro o pegou pelo peito.
Ele era uma criança junto do fim.