Deixa os pés descalços,
Levanta sem temer quaisquer estragos,
Esquece a solidão na metade do caminho
Que cheguei de viagem sorrindo
Desse teu riso infame
Que me compromete o raciocínio.
Vem sem espera ou medir esforços
Que do meu pulsante ventrículo esquerdo
Ao teu inspirar mais do que profundo,
Perdemo-nos na confusão
E tal qual das outras vezes,
Esquecemos parte de um na totalidade d’outro
E nesta infinita perde na qual nos encontramos,
Inundamo-nos de todo bom que possa haver,
Em um abraço comprimido,
Libertamos toda nossa conjunta imensidão.
Enquanto afogas a distância e solidão com teu usual aroma
Sinto todo peso do mundo sumir,
São os melhores segundos de uma semana...
Perduro-me com as mãos em tua carne,
Que no disfarce de sermos humanos,
O sentimento que realmente nos compõe
Cai em calma e contradição,
O coração, indeciso,
Hora rende-se à euforia
E palpita loucamente,
Outra cai conosco em calmaria.
Sinto na tua carne o tocar da alma
Tem de ter um ‘algo a mais’ em ti,
Pois antes que eu perceba,
Vences-me, impiedosa, os sentidos,
Tato, visão e olfato,
O primeiro cai no abraço,
O último na indecência do teu aroma
E o do meio perdura no rosto,
Tal qual meu tão grande agouro
De ter de viver sorrindo deste teu riso...
Como pode haver um tão lindo?