Na ponta do caranguejo, imaginando por entre as nuvens de gases ali presentes, fico me perguntando, qual espaço eu ocupo entre essa imensidão, melhor ainda, qual espaço meu amor por ti consegue ocupar, dentro desta vastidão?
Eu talvez devesse viajar até Hélix e me perguntar, quem está aí me observando?! Não me olhe tanto assim, me sinto tímida! Ou, talvez eu que tenha observado demais tal beleza?
Nos rastros do já foi criado uma vez nesse universo (in)finito, eu me perco nos meus pensamentos: o quanto você já sofreu por conta de suas diferenças?
Me desculpe se estou sendo inconsistente, é que apenas não consigo me concentrar com tantas coisas passando em minha mente, junto ao cavalgar do cavalo, que talvez seja um pinguim. Quem sabe eu devá estudar mais, ao invés de simplesmente tentar achar um sentido para enormes aglomerados de gases.
Porém, eu ainda espero, quem sabe, encontrar um motivo para que eu te sinta seguro, dentro essas enormes colossais belezas - mesmo que algumas sejam apenas um aglomerado de números e letras, simbolizando coisas tão banais -, eu queria poder entender qual a grande diferença entre o seu olho e o meu, além do olho daquele gato que passou por entre o Dragão.
Talvez sua visão seja diferente, quem sabe um Eskimó entenderia, quem sabe eu pudesse usar um Bumerangue para que meus sentimentos fossem e voltassem nessa imensidão. Diga-me, alguém me escuta nesse enorme espaço vazio?
Alguém pode me explicar, me fazer entender?
Eu queria um sentindo, quem sabe eu o encontre por entre a Tarântula, mas não acho que tenha sido desta vez. Talvez, por fim, uma última tentativa. Ainda há esperanças?
Acho que sou tão banal quando Órion. Não há sentido ou forma, talvez beleza, em sua espalhafítude pelo espaço. Talvez eu devesse caçar mais, buscar mais, tal como o Órion verdadeiro, mas por enquanto gostaria de ser a sua nebulosa presente em seu cinto - para que, eu enfeite o que não deixa suas calças caírem.