– Como é o seu mundo, Jasmine?
– É uma pergunta meio óbvia, não acha? Ele é totalmente escuro!
– Não foi isso o que eu quis dizer – respondeu nervoso –, só queria entender como é a sua visão do mundo.
– Às vezes me sinto deslocada, como se aqui não fosse mais o meu lugar, entende? – a garota sorriu enquanto balançava suavemente os pés – Mas não é como se eu esquecesse o que é “ver”, apenas vejo de uma forma diferente de você.
Jasmine tateou até achar os olhos de seu amigo para tampá-los e tirar-lhe a visão por um momento. – O que você vê?
– Não vejo nada, você cobriu os meus olhos! – o garoto pareceu confuso, e por reflexo tentou tirar a mão, mas a voz da garota interrompeu seu ato.
– Resposta errada! Preste atenção, o que você vê? – Jasmine repetiu a pergunta, animando-se ao vê-lo relaxar.
– Não consigo ver... Mas consigo imaginar. Ouço a sua respiração e imediatamente imagino o seu rosto, sinto o calor do sol mais intensamente e posso até vê-lo...
– É isso o que eu vejo. Compreendo cada sensação e expressão, mesmo não enxergando. O meu mundo pode ser escuro, mas há você para iluminar o meu caminho.