Tu me veio de ouvidos abertos,
Te apareci aberto a ouvidos,
Tu me apareceste com sorrisos e doçuras,
Retribui contando-me de minhas amarguras,
Tu chegaste tão repentinamente,
Quem puxou a conversa fui eu,
Mas o primeiro passo foi teu.
Antes que eu pudesse conhecer-te
Já me conhecias a impureza de minha alma
Fê-la brilhar, amaciou meu ego,
Tornou calma o que era rouquidão.
Não demorou até que eu te quisesse
O mesmo bem que tu me destes,
Quis realizar no toque do teu rosto,
Na maciez da tua pele
E no alvoroço de meu coração,
Quis passar-te
A derradeira sensação
De querer tão bem alguém
De fazer-me aquém por um segundo,
Quando perdido nos olhos teus,
Entre o riso que estende as covinhas no teu rosto
E a franja pendendo sobre tua sobrancelha,
Encontro-me num reflexo distorcido,
Mas feliz de ter tido o riso
Que tive contigo,
Que tu me tens
E que recito ao teu ouvido.