Psycho
Yvi
Tipo: Conto ou Crônica
Postado: 28/07/16 20:25
Editado: 17/04/21 13:07
Avaliação: 9.2
Tempo de Leitura: 4min a 6min
Apreciadores: 10
Comentários: 8
Total de Visualizações: 1136
Usuários que Visualizaram: 28
Palavras: 762
Não recomendado para menores de dezoito anos
Capítulo Único Psycho

– O que estão prestes a ver é a descrição do primeiro assassinato de um psicopata que hoje se encontra detido e aguardando julgamento. Prestem bastante atenção nas palavras dele, pois eu quero que façam um trabalho sobre isso para entregar na próxima aula.

Não lembro o nome dele, mas acho que era Paulo ou algo que começava com P. Para mim o nome era o de menos. O que me chamou atenção mesmo foram os olhos, eles eram claros como uma manhã de primavera. Eu queria possuir aqueles olhos, mas não era possível de maneiras convencionais, então decidi que os teria de formas menos nobres, sabe?

Lembro que eu o segui por uma rua menos movimentada e o apunhalei pelas costas. Ele era tão leve, parecia um anjo adormecido em meus braços. No começo eu só tinha interesse pelos olhos, mas depois que ele estava ali, totalmente amarrado; submisso, não me contive e quis brincar um pouco.

Primeiro eu usei a faca. A forma como eu a manuseava chegava a ser obsena e os gemidos, abafados pela fita adesiva, que saiam da boca dele só tornavam as coisas mais interessantes e divertidas para mim. Tudo era tão belo. Os cortes eram deveras profundos e o sangue que escorria deles encharcava a cadeira na qual estava amarrado. O sangue chegava a escorrer para o chão também. Tudo estava sendo tingido da minha cor favorita: vermelho.

Alguns cortes a mais e então decidi bater em sua cabeça até que ele perdesse a consciência mais uma vez. Tirei-o da cadeira e joguei na cama velha que tinha ali perto. Amarrei suas pernas e braços. Enquanto esperava ele acordar, fui buscar o alicate que estava perto da cadeira onde ele estava amarrado antes. Em outros tempos eu teria transado com ele até o amanhecer, mas eu era novo nesse negocio e foquei apenas nas coisas que eu nunca tinha feito.

Assim que ele acordou, tirei a fita de sua boca e acariciei aqueles lábios carnudos. A música suave que tocava no rádio contrastava com os gritos agonizantes dele enquanto eu arrancava seus dentes brancos. Alguns saiam perfeitamente inteiros, já outros quebravam rapidamente.

Todo aquele sangue enchia minha vista de felicidade, mas a julgar pelo seu estado, ele poderia morrer a qualquer momento. Estava pálido, praticamente sem sangue. Esse fato me deixou muito triste. Eu estava me divertindo tanto que não queria que acabasse daquela forma.

Eu era novo naquilo tudo e, por causa disso, a brincadeira não durou muito, mas eu fui me aperfeiçoando com o tempo. Lembro-me de um cara, o Carlos, ele me deu a melhor noite da minha vida. Nós fizemos sexo antes e depois dele morrer. Aquele sim foi o meu ápice.

Mas voltando para o... Pedro? Não, acho que não... Enfim, eu tentei conversar com ele. Acho que eu disse algo do tipo: “Não desista agora, seja forte” e “Você ainda pode achar um jeito de sobreviver.” Não consigo lembrar se foram essas palavras exatas, mas sei que tentei dar uma força pro cara, já ele tava precisando, sabe? Eu queria que ele lutasse para viver um pouco mais; para me fazer feliz.

Quando eu vi que era inútil ter esperanças, fiquei tão frustrado que pensei até em deixar ele lá, morrendo lentamente; engasgado com o próprio sangue, mas pensei melhor e decidi acabar com tudo de uma vez.

Eu era o autor daquela obra e não poderia deixar que o destino ou o tempo finalizassem o meu primeiro manuscrito.

Busquei a faca que havia jogado no chão e, sem aviso prévio, cortei sua garganta. Acabou que não foi um final digno de prêmios, mas pelo menos eu fiquei com uma lembrancinha: Seus belos olhos azuis.

Depois que ele morreu veio uma parte menos divertida. Cortei-o em vários pedaços, coloquei alguns no formol e outros na caixa que mandei para a polícia pelo correio.

A morte em si pode até não ter sido louvável, mas a ideia de mandar para aqueles policiais idiotas uma amostra do meu magnífico trabalho foi extremamente brilhante. Seria mais um mistério para eles; mais uma incógnita.

Acabou sendo, não é mesmo? Esses inúteis só acharam-me por um descuido... Ou será que foi por que eu deixei que me achassem?

Vocês deveriam ser bons pra mim, pois nunca se sabe do que sou capaz.

– Assustados? – Perguntava a professora ao termino do vídeo, visto que as pessoas ali presentes não se mexiam. – Não fiquem. Existem coisas bem piores por aí. – E, rindo de modo assustador, a mulher dispensou a turma e foi para sua próxima sala.

❖❖❖
Apreciadores (10)
Comentários (8)
Comentário Favorito
Postado 31/07/16 14:44

SATAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAN! SHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA!

Pela cortesã que deu a luz! Que texto magnífico! Estou até sem palavras... E sem fôlego de tanto rir com a parte em que o assassino incentiva o cara a lutar pela vida! MOÇA DO HELL... ISSO FOI GENIAL! SATANÁS TE CUIDA, A SENHORITA É INSANAMENTE BRILHANTE!

E esse final?! Jurei que a professora tinha matado a todos, ensandecida pelo material pedagógico a utilizar em aula! Coroando a obra, uma das melhores Notas Finais de TODOS OS TEMPOS! SHAHAHAHAHAHAHAH! SOU SEU FÃ, MOÇA! POR FAVOR, POSTE MAIS GORE!

Atenciosamente,

Um ser sem olhos para a Vida, Diablair.

Postado 31/07/16 20:28

Claro que ele faria isso, o cara tava precisando de uma força; tava na pior. Ele tinha que fazer alguma coisa para ajudar. u_u kkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Acho que ela não conseguiria matar todos... Daria ruim pra ela, certeza... Ç.Ç

Obrigada! <3

Postado 28/07/16 20:44

A volta da anjinha psicopata :/

Mesmo assim, bom texto :*

Postado 28/07/16 20:48

Baka! A Dark Yvi é sempre melhor que qualquer outra! u_u

Postado 28/07/16 21:25

Esse texto me lembrou muito a Annie Wilkes de Misery HAHA

Ótima narrativa, assustador e ao mesmo tempo incrível! Adorei, Flávia.

Parabéns! u.u

Postado 28/07/16 21:37

Na epoca eu não conhecia essa criatura maravilhosa (ainda hoje não conheço exatamente... Ç.Ç)

Muito obrigada! <3

Postado 29/07/16 11:47

AAAAAAWWWNNNN SUA LINDA <3

Quando li a parte que ele arrancava os dentes do moço com um alicate, fiquei até emocionada *--*

Fez eu me lembrar de quando eu era pequena e eu gostava de assistir novela, um homem sequestrou um cara e o método de tortura foi justamente esse: arrancar dentinho por dentinho a sangue frio HEUEHEUEHUEHUEHEUHE

Bela história, adorei!!!

Um abraço para a senhorita <3

Meiling!

Postado 29/07/16 11:49

E essa professora então, no final quando ela ri assustadoramente, fiquei com tanta vontade de abraçar HAUAHUAHUAHU

Postado 29/07/16 23:37

A ideia de arrancar os dentes veio de um filme, mas já faz tanto tempo que escrevi isso (2012 ou foi 2013) que eu nem lemnbro mais qual filme foi... x.x

Eu tive uma professora que sempre ria de forma assustadora antes de sair da sala... (Mas isso foi bem depois que eu escrevi isso...)

Obrigada <3

Postado 30/07/16 12:54

So you want to see the show

You really don't have to be a hoe

From the time you were a

Psycho, groupie, cocaine, crazy

Ok parei juro que essa música tocou na inha cabeça quando eu começei a ler esse texto

Esse psicopata é uma versão mais tortura de andrei chikatilo só pode cara

parabéns!

adorei o seu trabalho

eu queria que na minbha escola tivesse professores assim

mas não tem :/

Postado 30/07/16 21:45

Melhor música!! <3333

Quem sabe ele não foi um aprendiz do Chikalito, afinal, ele mesmo disse: "Nunca se sabe do que sou capaz." Ok, patei!

Obrigada! <3

Ah, pois eu preferia nunca ter tido. Sério, era perturbador. Principalmente quando ela saia da sala depois de uma prova, parecia que ela tava dizendo: "A vida de vocês está nas minhas mãos... Eu mato quem eu quiser com essa folha de papel A4."

Muito sinistro! x.x

Postado 23/08/16 17:05 Editado 23/08/16 17:06

Você é perturbada mulher! kkkkkkkk

Cortar em pedaços me lembrou do Dexter! Que texto louco! (sei que para você isso é um elogio) :D

Postado 24/08/16 15:13 Editado 24/08/16 15:14

Um lindo elogio!! <333

Postado 08/09/17 13:39

No meio da obra não deu para segurar e comecei a rir, pareço uma doida (se é que não sou mesmo).

Posso começar dizendo que o primeiro "manuscrito" nunca esquecemos e por todas nossa vida será o mais bonito e tolo de todos, HAHAHHAHA. Gostei da narrativa, porém, em vários trecho fiquei confusa. Contudo entendo que acontece.

Muito obrigado por compatilhar esse primeiro "ato".

#ad001 (046-013)

<3

Postado 08/09/17 13:46

Nossa!! Eu nem lembrava mais desse texto! x.x

Até hoje não sei como consegui um quinto lugar com esse treco. x.x

Muito obrigada!

Postado 26/05/19 19:54

Lembro que esse foi um dos textos que mais mexeu comigo. É agonizante acompanhar cada detalhe, pois é como se estivéssemos realmente vendo o vídeo. Te disse anteriormente e volto a reforçar: amo esse marco seu que é aproximar o leitor do enredo.

No começo, estamos tranquilo com a leitura. É só mais um texto psicopata. Ledo engano. Com o desenvolvimento da obra, é como se também acelerássemos a leitura, como se quiséssemos também fugir. Como eu disse: agonizante.

Parece que estou vendo tudo acontecendo a minha mente. Consigo imaginar perfeitamente a cena: um local escuro, com uma mesa cheio de utensílios, principalmente uma faca ensaguentada; os gritos por socorro, as risadas macabras...

Sinistro.

Postado 03/10/19 14:24

Sinistro é meu sobrenome, prazer! kkkkkkkkkkkkkk

Eu lembro que no inicio esse texto não era assim, mas daí eu descobri um livro maravilhoso e BOOOM, melhorei (o piorei, vai saber) as coisas.

Valeu, Pami! <3