Hoje bebi sozinha. Ontem, a essa mesma hora eu também bebia sozinha. Mas em um bar, rodeada de pessoas desfrutando de amores líquidos e passageiros. Sinto que aos poucos a minha fé de encontrar compreeenssão se esvai. Mas não me importa, afinal, as várias garrafas e latas vazias são minhas companheiras.
Não me lembro do nome dela e nem queria me lembrar do seu. Mas o nosso lance ficou no passado já, no caso, na semana passada mesmo. Ela parece ser uma boa pessoa, e você também é. Mas talvez na próxima semana já esteja com outra pessoa. Mas afinal, o que eu esperava de verdade? Acho que não sei a resposta para essa pergunta. Talvez eu ainda me encontre em alguma garrafa ou outra boca das quais eu beijarei durante a semana. Parece que qualquer coisa afinal é lucro.
Não pense que isso é culpa sua, muito pelo contrário. Você é um mero espectador de um emaranhado de caos que é a minha vida. Um caos em constante expansão. E em algum ponto nos encontramos. Eu com minha imensa necessidade de compreenssão, você com sua imensa necessidade de liberdade. Mas em algum lugar ainda nos entendemos, e foi bom. No fim das contas, foi perfeito enquanto ainda durou. Até breve.