Diário de Holzwarth

O tal pássaro digno dos grandes dias

Escrito 21/12/23 22:46

Editado 2023-12-21 23:04:28

Penso em postar alguns textos que escrevi ao longo do ano. Não queria deixá-los no fundo dos arquivos, pegando poeira, ocupando espaço cibernético. Todos ou são bobos, ou são fracos. Talvez '23 não tenha sido um ano produtivo para mim em termos de criação. Aprontei algumas besteiras aqui e ali — em outros planos (espiritual, entendeu?) —, mas nada muito digno da Academia. Sinto muito, sinto muito. Fiquei muito fissurado em um corvo — que rufla no ar suas negras alas — escuro e me esqueci de ser mais sombrio. Digo, de falar sobre outros animais igualmente soturnos, embora felizes em sua essência — aí os cachorros. Acho que me perdi naquele cômodo — uma chamber, que pode ser um quarto, um aposento — por bastante tempo. E é um tal de "bastante", mesmo. Me disseram que eu falo muito "bastante", mas não tenho culpa de ele (o termo) ser mais bonito do que "muito". Voltando ao corvo, cheguei a escrever um bocado sobre ele e sobre suas penas, que me esqueci dos outros bichos. Melhor: deixei-os de lado. Precisava discutir com a ave feia e escura um pouco mais antes de me libertar, porque não é possível um bicho tão esperto, nobre como um lorde ou como uma lady, ter uma dicção tão boa. Está aí o motivo de minha ausência (é tudo verdade).

Também ando trabalhando no tal plano espiritual com bastante frequência, porque profetizei algo e precisei realizar. Eu mesmo, no caso, precisei dar vida àquela coisa — que nasceu 3 vezes e morreu 7, até abrir caminho para o Paraíso (corta pro Serafim maluco porque o viu o filho lobisomem). Não esqueci daqui, contudo. Só não fiz nada muito bom. Foi tudo meio qualquer-coisa. Ter tempo é complicado, ainda mais para não ser qualquer-coisa. As raspas do tacho ainda virão. Ou finalzinho, como preferirem. Contudo, alerto desde já: somente textos bobos e fracos — ordenhados de uma mente em um estado tão bobo e tão fraco quanto.

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