Lobisomem
Amara Helena
Tipo: Conto ou Crônica
Postado: 05/03/16 15:41
Editado: 19/03/16 18:37
Tags: Lobisomens
Avaliação: Não avaliado
Tempo de Leitura: 3min a 5min
Apreciadores: 9
Comentários: 4
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Palavras: 619
[Texto Divulgado] "Cinzas no Deserto" Uma história baseada em algumas histórias baseadas em histórias que tanto amamos, de coração. Bora ler.
Não recomendado para menores de dezoito anos
Notas de Cabeçalho

Na real, o título original era ''Lobisomens têm medo de raios'', mas eu não queria mudar o nome na capa q

Capítulo Único Lobisomem

‘’Dizem que matar um animal não é pecado, mas um homem sim.

Contudo, aonde começa um e termina o outro?’’

Gwen – O Lobisomem

A lua cheia ascendia ao céu negro, mostrando-se formosa e forte em seu esplendor platinado. Passos pesados, mas cautelosos, caminhavam sobre a grama molhada, enquanto os sons tenebrosos vindos da floresta densa e úmida arrepiavam ouvintes temerosos e assombrados. A tempestade, cuja uma hora atrás era impiedosa, cessara, dando espaço para as criaturas noturnas – que não se atreveriam, de modo algum, caçar com trovejos fatais – fazerem suas vítimas livremente.

O clima era desoladora para qualquer viajante que tivesse que cruzar a mata, ainda mais para a assustada típica mãe viúva chamada Elisa. Quando em casa, ouvira um barulho alto e rouco vindo de fora. Pela janela, de supetão, vira uma sombra se locomovendo em uma velocidade assombrosa em linha reta. Com isso, saíra para o quintal. O medo fez-se presente, mas o instinto protetor materno sobressaíra-se ao sentimento que se mostrará perdurável. Posteriormente, a criatura misteriosa a atacara, obrigando a correr.

E então, começara a perseguição.

...

Presentemente, Elisa encontrava-se descansando sobre um tronco derrubado. Sua respiração, ofegante e trêmula, denunciava os quilômetros que percorrera; entrementes, as lágrimas constantemente derrubadas demonstravam o pavor, tanto pela ameaça à sua vida, quanto às dos filhos que deixara. O monstro nem se quer dera as caras, o que fazia a mente da mulher vagar por campos demasiados horrorosos para uma mãe. Imaginara a caçula jogada no chão cinza, a barriga pálida à mostra, os olhos arregalados de terror, as feridas visíveis de garras enormes em todo corpo, as roupas rasgadas e...

Seus pensamentos foram interrompidos por um quebrar de galho seco perto dela. Sobressaltara-se, levantando-se e agarrando com força um pedaço de pau morto. Não era a melhor arma, ela tinha consciência disso, contudo, era a única que podia encontrar por lá. Se seu marido estivesse com ela, afugentaria a fera como um bom cavaleiro protegendo sua donzela.

Se ele estivesse, claro.

Afastando qualquer distração, Elise se concentrou em ouvir as pisadas céleres na terra. A clareira em que se metera não era extensa o bastante para a criatura ficasse longe da mulher. Não, era bem pequena, e o monstro aproximava-se de modo fugaz.

De repente, um raio caiu próximo aos dois, e então, a viúva pôde ver de relance a verdadeira face da fera: o rosto era afilado, revelando um focinho repleto de pêlos negros e ásperos; a boca, naquele momento aberta, era cheia de dentes afiados, grossos e amarelos; o olho vermelho vivo e as pupilas dilatadas, gritavam o desejo imenso da criatura por sangue e carne relativamente jovem.

O monstro era horrendo.

Assustada, gritou pedindo socorro, enquanto corria. Contudo, o cansaço tentava vencê-la, de modo a querer deixá-la caída. Alguma parte dela, talvez a racional, já tinha aceitado o fato de que não havia mais escapatória e sua morte era certeira, portanto, apenas queria deixar seu vestido rodado tocar a terra molhada da floresta.

Mas não, seu instinto de sobrevivência era mais forte. Elise nunca fora uma mulher movida ao racional, e sim, ao emocional e ao instintivo, tal qual a criatura que a perseguia.

Entrementes, o lugar ia ficando silencioso, como se tentasse escutar qualquer mínimo ruído que ousasse irromper a tranquilidade da mata. E então, um barulho estrondoso atreveu-se, corajosamente, como um herói honrado entrando em uma cena de luta.

Posteriormente, tudo cessou, menos a tempestade que voltara vitoriosa e gloriosa. A Lua, escondida pelas nuvens carregadas, fazia-se de tímida, igualitária às crianças sem mãe numa casa escura e fria.

‘’Mas tudo irá passar’’, dizia a sábia irmã mais velha dos pequeninhos, conhecedora do destino de todos assim que ouvira o herói orgulhoso e triunfante.

❖❖❖
Notas de Rodapé

Sabe quando tu escreve na pressa? Então, foi este o caso desta vez.

Vai ser bem pequena :D Agora quero ver quem consegue interpretar :D

Beijosss

Apreciadores (9)
Comentários (4)
Postado 05/03/16 16:06

a-do-ro

Postado 19/10/16 16:40

Que bela história. Muito bem escrita.

Postado 19/01/17 19:57

Wow! Amei essa frase do início, é fantástica! Vou roubar, hehe

Eita, que história! Achei bem interessante, principalmente por causa do suspense. Aqui vai meu palpite: o herói é o trovão/raio?

Você escreve bem, estou curiosa para ver seus outros textos do mesmo assunto :3

Postado 19/01/17 19:58

Ah, só uma coisinha: você chamou a personagem de Elisa duas vezes, e de Elise mais duas outras vezes, hehe

Postado 07/08/20 00:57 Editado 07/08/20 00:58

Adorei! Sua escrita é perfeita, tem uma descrição de cenários incríveis! Parabéns!

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