Uma certa paz momentânea
6 de Janeiro
Tipo: Conto ou Crônica
Postado: 16/01/17 04:14
Gênero(s): Drama Reflexivo
Avaliação: Não avaliado
Tempo de Leitura: 1min a 2min
Apreciadores: 7
Comentários: 2
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Usuários que Visualizaram: 15
Palavras: 271
[Texto Divulgado] "Cinzas no Deserto" Uma história baseada em algumas histórias baseadas em histórias que tanto amamos, de coração. Bora ler.
Livre para todos os públicos
Notas de Cabeçalho

Mudança de planos...

Capítulo Único Uma certa paz momentânea

Eu venho sentindo a paz chegando,

e ela começou a chegar só nos últimos minutos;

como minutos assim, são capazes de mudar meus batimentos

e minhas conexões mentais;

e de diminuir o suor e o tremor e incapacidade de flutuar sentada?

Estou nadando, e, isso é deveras bom,

é como se, muitas coisas tentassem me sugar para o fundo,

mas elas estivessem longe, tão longe,

que só chegariam amanhã.

(ou daqui a cinco segundos)

Mas cada letra, fica sendo eterna,

é como se cada espaço, vírgula, e reticências,

acariciasse meu rosto,

me fizesse sentir sono

- e num momento,

está tudo calorosamente bem.

O suor aos poucos evapora com o calor das ideias,

o coração vai parando de marchar dentro do peito,

a boca seca, e a garganta tosse,

e tosse novamente com intensidade

querendo jogar algo para fora

- Mas é claro,

sempre, sempre, sempre,

há mais...

Há mais do que se fala e do que se escuta,

há mais do que se pede e do que se doa,

há sempre mais, somos mais,

Mais do que apenas números ou palavras.

Todos só conseguem ver o nosso cinco por cento,

e quem diria,

nem nós mesmos, nos auto conhecemos.

Quantas memórias, toques,

Cheiros, sons,

Palavras, ditas, ouvidas, cuspidas, caladas,

quantos pensamentos, e desgastamentos,

guardamos dentro da alma?

- E deles nem sequer temos notícia?

Às vezes eu penso que,

somos todos um grande poço,

cheio de nada,

e dentro deste nada, lá estamos,

seguros,

longe,

respirando,

não fazendo sentido,

pois lá, nada mais importa,

nem mesmo um fechar de olhos

ou uma palavra perdida,

nada mais importa,

às vezes, ser o silêncio,

facilita (?).

❖❖❖
Notas de Rodapé

Isso tudo fez algum sentido? Não sei, mas uma pessoa me disse que escrever às vezes é só deixar sair o que tem de sair, mesmo que isso não seja o que a gente queira.

Sou escrava das letras, e espero que vocês também.

Apenas, obrigada por lerem até aqui, com a santa paciência que Deus deu a cada um de vocês.

Apreciadores (7)
Comentários (2)
Postado 03/02/17 15:19

porra, garota! que coisa fantástica... li a escutar esta música: https://www.youtube.com/watch?v=rVpMluGD4Sc. ela me transmite a mesma fissura que teu texto. costumo pensar que as confissões são brechas súbitas no abismo, pequeninos intervalos por onde se entra racionado o oxigênio e este poema é uma confissão minha também. obrigada

Postado 06/03/17 13:57

OBRIGADA POR ESTA MÚSICA! E por este comentário, que bom (será?) que sente e entende o mesmo! <3

Postado 05/03/17 23:00

Suas palavras me lembraram de uma pessoa... Uma pessoa que estimo muito, embora haja uma grande inutilidade nisto ppis há uma incompreensão da minha parte e uma queda abissal da parte dela. E eu me vi retratado nestas linhas também...

É mais ou menos o que reflito com este resto de coração enquanto estou deitado ouvindo alguma música mais calma e bem mais pesarosa do que o de costume... Há uma paz momentânea. Algo além das falhas, do desprezo, do remorso, da saudade, da ausência, de tudo. É difícil explicar. Todavia, a senhorita o fez como somente sua sensibilidade e maestria poderiam conceber.

Um texto realmente profundo, um tanto palpável até. É como um comichão no próprio âmago ou um sussurro acolhedor para a alma...

Parabéns... E muito obrigado...

Atenciosamente,

Um ser que sabotou a própria paz e a de outrem, Diablair.

Postado 06/03/17 13:59

Esta tarde vem sendo muito maravilhosa, estou ouvindo uma música que acabei de acessar (link no comentário da Karol), lendo seus comentários inspiradores, fortes e agradáveis que sempre me deixam sem fala... Ah, que dia! Muito obrigada por cada palavra, eu te vejo mais tarde, no fundo do poço! <3