Melancolia Nublada
Sabrina Ternura
Tipo: Conto ou Crônica
Postado: 21/08/16 00:47
Editado: 21/12/22 22:43
Gênero(s): Drama Reflexivo
Avaliação: 10
Tempo de Leitura: 1min a 2min
Apreciadores: 7
Comentários: 5
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Palavras: 253
[Texto Divulgado] "Não Pare de Olhar" Uma mulher, isolada em seu apartamento, começa a acreditar que está sendo observada por alguém no prédio em frente. A paranóia começa a crescer levando o limite entre sanidade e loucura se tornar cada vez mais tênue.
Não recomendado para menores de catorze anos
Capítulo Único Melancolia Nublada

O dia ficou neutro, eu fiquei nublada. Nada aconteceu. Nenhuma palavra diferente, nenhuma pessoa iluminada, nenhuma inspiração revigorada. O dia é uma grande caixa cheia de nada.

Nenhum passarinho cantou em minha janela, mas acendi uma vela em busca de paz. Ação ineficaz. Deitei na cama, olhei para o nada e nadei na solidão.

O tempo passa num compasso rápido. Pisquei. Dez minutos se foram. Qual é o problema do tempo? Será que não gosta de ser aproveitado? Ou será que sou eu que não o aproveito da maneira certa? Acolho-me nos braços tempo. Batemos um papo. Por um segundo namorei o Tempo e ele disse que já tinha namorado.

Até o Tempo tem companhia, e eu aqui, sozinha, dançando com minha melancolia. Ela é linda, mas não é de falar muito. Gosto de palavras, ela prefere sentimentos. Combinamos isso. E agora, escrevo estas palavras encharcadas com a pureza essencial de meu versar.

— Voa pra longe, menina nublada! Escapa enquanto o tempo ainda bate em teu peito. Diz-me a Melancolia, numa última tentativa de me salvar.

— Não, não vou. Fugir do inevitável é o mesmo que tentar viver sem respirar. O que eu tento fazer todos os dias não é viver. Estou me envenenando com enganações. Já basta! Venha e seja uma boa aliada. Cumpra seu papel na peça da vida, enquanto eu encerro o último ato de meu triste existir.

Afundei dentro da banheira, enquanto a melancolia fazia peso em cima de meu corpo, para que eu não escapasse de meu destino.

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Apreciadores (7)
Comentários (5)
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Postado 30/08/16 10:30

É a primeira vez que comento em um texto aqui da academia e devo dizer que o fiz motivado pelo título. Acho tão bonita a ferramenta de personificar um sentimento por meio de cores, e achei, apesar do assunto grave coberto com uma camada de metaforização, que o significado ficou bem impactante. Deixar o peso das palavras na última frase realmente me afogou.

Meus parabéns.

Postado 03/09/16 15:43

Agradeço muito por suas palavras!

Seja bem vindo, espero que faça bons amigos por aqui e que possa desfrutar de ótimas leituras c:

Postado 21/08/16 17:56

Você usou a personificação de um jeito que nunca vi antes '-'

Esse conto me deu um aperto no peito, até li de novo para ver se foi isso mesmo. Menina, que profundidade. Sério, que profundidade, até agora não consigo descrever direito o que sinto, ou o que quero escrever, só... caramba. Foi o eufemismo de depressão mais belo que já li, por Nossa Senhora da Penha!

Um abraço, Mary, estou a ter meu coração lindamente partido com os textos da academia esses dias!

Postado 23/08/16 00:08

Obrigada, Thaaaai queria <3

Postado 22/08/16 16:37

Brina do céu! Fiquei encantada com a forma que você escreveu esse conto.

Quando eu crescer quero ser igual a você no quesito drama. (Sonhar ainda é de graça, né?)

Como diz a tia Joy: Tocantins para você!!

Postado 23/08/16 00:09

AHHH, caramba! Obrigada, Flávia <333

Tu é muito melhor que eu, nem precisa crescer pra isso acontecer hahaha.

Postado 03/09/16 12:12

Quando eu crescer quero escrever que nem a mana. <3

Postado 03/09/16 15:44

MANA FOFA! <333

Postado 24/11/16 15:50

Mas o que foi isso? Aaaaah, o seu texto todo fez peso sobre mim, acho que vou me afundar na minha cama agora e refletir.

Amo metáforas, logo, como não amar esse texto?

Parabéns, Brina <3