Quando meu sorriso vira saudade,
Meu peito grita teu nome
Numa tentativa de te ter perto.
Você aparece,
Atendendo minha prece.
Corro em sua direção
E logo percebo a leveza em meu peito:
Você é a paz da minha agitada alma
Que, por vezes, propaga o som de gaita
Tentando expulsar a solidão.
Prefiro o som das notas que saem do seu violão
E do tom da minha poesia
Nas nossas canções.
Nosso amor é pura melodia
Quando somos apenas nós,
Sós, debaixo dos lençóis.
Seu jeito renova meu riso tímido
Num mundo perdido,
Mas ao mesmo tempo, tão lindo.
Tenho tudo o que preciso,
Dentro deste enorme abrigo pulsante:
Tens o coração mais belo
Dentro deste universo infinito, menino.
Quando você me abraça
A saudade vai pra casa
E nem aparece para o chá da tarde.
Ela não seria tão desgraçada
Ao ponto de bater na porta
E entrar sem ser convidada.
Deixa ela ficar na sarjeta
Junto com a tristeza.
"Saudade parece mosquito, moça!
Vamos matá-la com um inseticida chamado amor",
Você diz com aquela pose de pensador.
Balanço a cabeça e apenas concordo, sorrindo.
O que posso declarar? Como posso não te amar?
Apenas poetizo suas palavras aleatórias
Ditas na beirada da janela,
Enquanto suas belas filosofias
Enfeitam minha vida.
Lá pro fim da noite
Trocamos doces, poesias e beijos.
E assim, não dito, mas feito
Um sentimento de completo preenchimento
Invadiu nosso peito.
Era como se tudo que faltasse
Estivesse bem ali, ao lado.
E realmente estava...
Eu te observava da janela do meu quarto
E você me acenava do outro lado.
Após isso, trocávamos risos
Enquanto ouvíamos o zumbido do rio
Que passava entre nós dois.
Meu amor morava ao lado,
Mas, por vários instantes,
Eu o encontrava dentro da minha alma.
— Hey, moço! Me empresta um pouco de açúcar? Parece que a doçura andou fugindo daqui de casa!
— A doçura em pessoa acaba de me pedir um pouco de açúcar e tu vem me dizer que ela fugiu? Como assim, menina ternura? Logo levarei o açúcar.
Meu vizinho e melhor amigo,
Também era meu amor.
Acho que amar é isso,
Desenvolver várias funções ao mesmo tempo
Para cuidar do outro de todo jeito.