Primavera de 1961
Sabrina Ternura
Tipo: Conto ou Crônica
Postado: 16/07/16 21:13
Editado: 03/12/22 22:33
Gênero(s): Drama Romântico
Avaliação: Não avaliado
Tempo de Leitura: 1min a 2min
Apreciadores: 8
Comentários: 4
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Palavras: 242
Livre para todos os públicos
Capítulo Único Primavera de 1961

Ainda sou capaz de sentir teu gosto doce em meus lábios rachados. Recordo da suavidade que me foi transmitida e da sensação alegre que manifestou-se em meu peito. Nossas mãos entrelaçadas, simbolizavam que, naquele instante, éramos um. Meus pés não tocavam o chão, pois teus braços me acolhiam de maneira segura. Foi nosso primeiro beijo.

Iluminados por estrelas e inundados pelo frescor da nova estação, nosso beijo foi o início de aventuras extraordinárias. Encontramos lugares, nomeamos estrelas e descobri que, a cada experiência, o melhor de mim foi despertado. Teu espírito aventureiro mostrou-me o lado bom da vida. A tristeza que me consumia como uma doença, já não fazia morada em meu eu. Contigo ao meu lado, não havia tempo para pensar em sofrer. Os ponteiros do relógio indicavam que agora era a hora de ser feliz.

Os anos passaram, porém o sentimento que senti por ti no dia em que nos beijamos, ainda é o mesmo. Assim, descobri que amar é como capturar o vento e somente depois de muito tempo, sentir através de tua suave brisa, sua presença.

Você protegeu meu coração com tua essência, embriagou minha alma de ânimo e deu-me a felicidade em forma de ações. Nada no mundo pode te trazer de volta, sei disso. Depois de 55 anos compartilhando momentos, você partiu. Mas,saiba, ainda te amo como na primeira vez.

Querido, desejo te eternizar nestas palavras, pois você foi, é e será meu primeiro amor, sempre.

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Comentários (4)
Comentário Favorito
Postado 30/10/20 01:09

Amo tanto os relatos do primeiro amor. Nesse mundo caótico que estamos vivendo, são poucas as pessoas que lutam pelo amor; se há desavença, brigas ou erros cometidos, não há conversa, tentativas ou perdão, há somente um partido coração. Tudo bem que certas coisas não devem ser perdoadas, e dependendo se a luta é sozinha também é inadmissível, porém a maioria parou de tentar, de defender o amor.

E vê-lo eternizado nesse texto é lindo. O amor transborda de cada palavra, assim como a nostalgia é palpável.

A maneira como a narradora vai relatando suas memórias é única e aconchegante, e mesmo depois de tanto tempo o amor continua ali, vívido e forte, mesmo a pessoa não estando mais presente fisicamente - todavia, presente em cada lembrança e memória ressurgida.

E quando tudo terminar, consigo imaginá-la descansando em paz, enquanto seu amado vem para recebê-la para viverem novamente o amor, agora pela eternidade.

Parabéns, Brina ♡

Postado 31/10/20 17:31

Não tenho palavras para responder seus comentários incríveis.

Obrigada pela presença e comentário ♥

Postado 19/07/16 23:50

Oh, que coisa mais linda :)

Parabéns e boa sorte no concurso.

Postado 20/07/16 14:55

Agradecida, Joice! c:

Postado 20/07/16 02:00

Caramba, senhorita, agora me bateu um sentimento muito estranho, capaz de trazer lágrimas aos olhos e secura nos lábios. Eu me lembrei de quando minha avó me conta sobre como ela, desde os quinze aos até hoje continua amando um único homem, com quem ela se casou, teve filhos e viveu por muito, muito tempo (por mais amargo e problemático que ele fosse). Até hoje, quando tenho tempo para ouvir a velha história, ainda me espanto com o tanto de emoção e amor presente no relato dela, e senti uma emoção parecidíssima ao ler seu texto.

Talvez eu esteja meio embriagada pela brisa da madrugada (rima não intencional, sorry), mas eu gostei muito da delicadeza do texto *-* principalmente na descrição do amor, foi lindo. Parabéns, moça, boa sorte no concurso!

Postado 20/07/16 14:56

Senhorita Tháiza, fico realmente grata por suas doces palavras e por compartilhar este fato ocorrido contigo c:

Postado 15/08/16 00:40

Sobre este concurso que se dissolveu :(((

FIcou bem legal, Brina, parabéns. ^^

Postado 17/08/16 20:07

Nossa, nem me lembre. Já dá um aperto no coração kk

Obrigada, Gio! c: