Acordo-me às sete da manhã,
Hoje o despertador era de grande valia.
Ansioso, pulo no chuveiro enquanto cantarolo,
Semana passada, algumas horas adiante, tínhamos nos visto,
Não por outro motivo, gostaria de vê-la novamente.
Aqueles olhos dela me embriagavam,
Enquanto me perdia no âmbito de seu rosto
Via nela, uma calma, meu corpo sentia-se arrepiado,
Coração palpitava descontrolado,
E no tocar de sua pele,
Sentia sua alma encostar a minha.
(*)
Já próximo das oito,
Sentia que o relógio me enunciava com felicidade,
Que em breve eu poderia ligara para ela,
Não desejava incomodá-la antes de seu despertar,
Apesar de que incomodo nenhum seria para mim
Ouvir aquela delicada voz,
Pouco antes do bater do relógio,
Enunciando a nova hora que viria,
Olhei janela a fora,
Batia um Sol confortável,
A luminosidade batia radiante!
Lembrei-me da semana passada,
Durante alguns segundos vi o Sol,
Batendo às costas dela,
Formar uma coroa no contorno de seus cabelos
Lembro bem de rir sem graça
Enquanto ela pensava que eu lhe fazia graça.
(**)
Saio da janela, pelo relógio, oito horas!
Corro ao telefone para chamá-la ao parque
Sinto meu coração pulsar inconsistente quando ela atende,
Pergunto se poderia me encontrar em uma hora,
No mesmo banco no qual nos despedimos semana passada,
Ouço, feliz, ela dizer que sim
Digo, até logo, enquanto meu coração grita: amo-te!
(***)
Saio de casa e calculo um trajeto de vinte minutos a pés,
Sinto-me muito feliz para conter o riso no rosto,
Transbordo enquanto avisto a cidade,
Hoje, tão mais bela.
Olho para uma banca de flores
E decido que já haverá mais do que suficientes,
Quando ela estiver lá sentada em meio às margaridas,
Pensei comigo mesmo: Mas que belo dia!
Chego ao parque e vejo-a chegar,
Ela senta ao banco, mas não me vê no lado oposto,
Surjo logo após em tua frente, sorridente.
(****)
Nesse dia, avistei, cantarolando, um rouxinol
E pensei:
“Tu bem que podias ser um girassol,
Assim, meu amor,
Eu poderia ser teu beija-flor”.