Quando a luz dos nossos dias já tiver se transformado em cinzas,
Quando o som de nossas risadas já tiver se transformado em lágrimas,
Quando o peso de nossas memórias já tiver se transformado em lembranças dolorosas,
Eu saberei que não mais poderei te encontrar,
Mesmo que eu tente ensandecidamente te procurar.
Quando as nuvens não mais tiverem o formato de seu rosto amoroso,
Quando as folhas caindo com o vento não mais tiverem o som de seu riso bondoso,
Quando os flocos de neve não mais tiverem a beleza de seu olhar saudoso,
Eu saberei que te perdi para sempre, inexoravelmente,
Não importa o quanto eu te procure, mesmo que incondicionalmente.
Quando sua sombra não passar de um rastro perdido no universo do sentimento
Quando seu cheiro não mais puder ser trazido pelo lento vento do conhecimento,
Quando seu olhar não mais puder se encontrar com o meu, cheio de lamento,
Eu saberei que os grãos de areia já se esgotaram na ampulheta da revolta,
E que o tempo não retornará, e nada nunca te trará de volta.
Quando eu me afogar no oceano de imensidão...
Quando a terra me engolir em sua vastidão...
Quando tudo for cessando em lentidão...
Eu saberei que é o fim do sofrimento, e terei apenas um último pedido à lua:
Que minha súplice alma possa, finalmente, se encontrar com a sua...