CENA ÚNICA: INT. UMA CASA DE MADEIRA VELHA – MADRUGADA.
Uma mulher, vestida de branco, segura uma vela em sua mão direita e um livro na esquerda.
OLÍVIA: Em nome da Deusa, rogo para que alguma entidade atenda o meu clamor. Peço ajuda para uma vida findar. Obsecro te, Obscro te... ostendam autem!!!
Uma fumaça preta começa a sair das frechas do piso de madeira. Olívia fecha o livro e os olhos.
VOZ: O que a vida fez, pobre mortal?
OLÍVIA: Me trocou pela minha melhor amiga.
VOZ: É esse o verdadeiro motivo?
OLÍVIA: Não! Ele me humilhou, me bateu e torturou, profanou minha alma. Eu anseio por vingança, mas não tenho a força, nobre criatura.
VOZ: Como Imperatriz do Massacre, não irei ficar parada diante da situação. Dê-me o fio de cabelo da criatura.
Olívia pega os fios de cabelo do ex-marido e entrega para a Imperatriz. Durante o ato, a entidade segura a mão da mortal e enfia sua unha afiada no dedo anelar da jovem. Uma gota de sangue cai no chão. Ao fundo, do lado de fora, uma banshee começa a gritar.
OLÍVIA: Não entendo. O que está acontecendo?
IMPERATRIZ: Acha mesmo que pode me enganar? Menina tola!
OLÍVIA: Estou dizendo a verdade! Eu juro pela Deusa!
IMPERATRIZ: NÃO OUSE PROFERIR O NOME DA DEUSA EM VÃO!
Olívia se encolhe e olha para o chão. Imperatriz permanece parada.
IMPERATRIZ: Eu sei que está mentindo, posso sentir pelo cheiro do seu sangue. Ninguém tocou sua alma... ainda.
OLÍVIA: Mas ele me traiu! Ele me esperou sair e colocou a vaca da minha melhor amiga na nossa cama! Eu vi com meus próprios olhos! Eu vi ele chicoteando ela. Eu vi...
Olívia começa a chorar. Imperatriz demonstra toda a sua impaciência.
IMPERATRIZ: Você é fraca! Se viu, deveria ter degolado os dois de uma vez. Mas você não tem coragem, não é mesmo? Por isso pensou em invocar um ser divino e tentar enganá-lo. Pena que eu fui a invocada. Talvez você tivesse conseguido enganar a Ternura, mas comigo a história é outra, meu bem!
Imperatriz puxa uma faca da bolsa que estava em suas costas e começa a andar na direção da menina.
IMPERATRIZ: As velas são para mim? Eu odeio velas! Oh, até mesmo espelhos, que bonito. Você pode assistir enquanto eu corto seu pescoço. Soa extremamente poético.
OLÍVIA: Não, por favor! Eu imploro!
IMPERATRIZ: Eu amo os que imploram. Fica mais divertido assim!
Imperatriz imobiliza Olívia, coloca-a de frente para o espelho e faz um corte profundo em sua garganta. O sangue começa a jorrar. O corpo da menina despenca e a banshee fica em silêncio.
Imperatriz pega um castiçal, que lembra uma flor, e deposita ao lado do corpo.
IMPERATRIZ: Realmente poético. Agora, vejamos como eu vou fazer para voltar para casa. Preciso comprar um celular para o Black. Que inferno!!!
FIM DA CENA.